A IMPORTÂNCIA DA OPINIÃO DOS OUTROS

Vivemos numa sociedade e para tanto precisamos nos adequar a algumas regras que são importantes para que o nosso convívio seja saudável como: não agredir, ser gentil, educado, não andar pelado nas ruas, entre tantas outras. Mas, precisamos pensar na importância da opinião dos outros na nossa vida.

Para sermos aceitos em nossos grupos sociais, precisamos nos assemelhar aos demais membros. Ao descobrir isso, na adolescência, usamos e abusamos dos jeans, saias curtas ou longas ou conforme manda a moda local e da época em que vivemos. Além disso, temos que ter o mesmo palavreado, mesma forma de agir sob pena de sermos excluídos do grupo almejado.

O receio da rejeição faz com que façamos coisas terríveis contra nós mesmos: dizemos não, quando queremos dizer sim (e ao contrário), passamos por cima de nossos desejos e sonhos, priorizando as vontades alheias, nos submetemos a relacionamentos abusivos preferindo-os a ficarmos sozinhos, esquecendo-nos que a pior solidão acontece quando nos abandonamos e ficamos sós de nós mesmos, não atentando que, a pior rejeição é quando nos rejeitamos dando preferência a outrem. O medo atrai aquilo que mais tememos e em geral, esse tipo de comportamento só resulta em mais solidão.

Para nos adequarmos aos padrões “normais” numa sociedade doente e muitas vezes hipócrita, onde geralmente o que se é falado, não é o que se é executado, onde as verdades são escondidas em cortinas de fumaça da defesa da “moral e dos bons costumes”, nos deixamos contaminar por essa falsidade e o resultado só pode ser mais doenças para nós, sejam mentais ou físicas e quem lucra com isso são os laboratórios e as farmácias.

A importância da opinião dos outros e as consequências do bulling

Desde o final da infância e toda a adolescência, tudo o que é “anormal” é automaticamente exposto a apelidos chatos, sendo escrachados publicamente (o chamado bulling nos nossos tempos, mas que são realmente tão antigos quanto as convivências sociais). Esse tipo de comportamento afeta diretamente a auto estima das vítimas e pode gerar traumas que permanecem até à idade adulta, afetando tanto a vida social quanto a profissional dos sujeitos, de sua classe social, cor da pele, religião e até mesmo nacionalidade.

Apesar de hoje termos leis que punem os preconceitos, podemos citar vários exemplos como a raça negra, que luta até os dias de hoje contra ideias impingidas por pessoas que os consideravam inferiores (e muitos ainda consideram); mulheres ainda precisam brigar para serem respeitadas; gays ainda são alvo de violência gratuita em plena rua; e tantas minorias que ainda se sujeitam a opiniões de verdadeiros covardes que se consideram superiores e não se importam com os sentimentos e traumas que geram.

Dificilmente esse quadro se sustentaria se as vítimas de tanta maldade não valorizassem tanto a opinião desses indivíduos maldosos, ditos populares nas escolas e nos grupos sociais, mas que na verdade, são seres humanos representantes dessa sociedade doente e portanto mais adoecidos que ela própria. Com a evolução da educação, a intervenção sadia dos adultos nessas situações lamentáveis, esperamos diminuir esse problema.

O tratamento

A psicologia moderna, através de terapias cognitivo-comportamentais, holísticas, psicoterapias, e tantas outras, muito tem contribuído para restabelecer a auto estima das pessoas vitimadas pelo bulling durante a infância e a adolescência (idade em que mais estamos suscetíveis a ele, justamente por estarmos iniciando o processo de socialização) ressignificando situações de traumas e minimizando seus efeitos na vida adulta desses sujeitos.

Refazendo o conceito de normalidade e anormalidade, nos conscientizando como seres semelhantes, mas diferentes, consciência de de raça, credo, gênero e até mesmo nacionalidade é refeita e podemos exigir o respeito que merecem perante as maiorias dominantes.

O ser humano é considerado um ser social e como tal, tende a dar muita importância para a opinião dos outros seres da sociedade em que sonhamos estar inseridos. A não aprovação nos joga num triste quadro de solidão totalmente indesejada que tanto mal faz à nossa vida em todos os seus aspectos, mas isso não pode estar acima de nossos sonhos. Não podemos adquirir características que não nos pertencem, mudando nossos gostos, nossas tendências com a finalidade de nos adaptarmos a essa realidade sob pena de causarmos um mal ainda maior a nós mesmos, nos tornando seres totalmente desajustados e infelizes, sujeitos a drogas e todos os tipos de compulsões com a finalidade de taparmos os buracos deixados pela renúncia do nosso verdadeiro eu.

Nesse processo de esvaziamento de nós mesmos, geramos carências de difícil identidade, ou seja, temos fome de algo que nem sempre sabemos do que. Consumimos todos os itens da geladeira o que nos dá uma falsa sensação de saciedade, mas logo o sentimento de falta e vazio retorna exigindo uma nova forma de administrá-lo. Vamos às compras, onde adquirimos coisas que não precisamos, nos sujeitamos a fazer sexo com quem não nos sacia, consumimos bebidas alcoólicas em quantidades absurdas, nos viciamos de todas as drogas lícitas e ilícitas mergulhando num desajuste sem fim, com a finalidade de nos ajustarmos a tudo.

A importância da opinião dos outros e a normose

Adquirimos uma outra doença chamada de “normose”, proveniente do fato de passarmos por cima de nós mesmos para sermos considerados “normais”. Esquecemo-nos de quem realmente somos para adquirir a aprovação dos outros, gerando muitos desequilíbrios psicológicos e físicos que tem como consequência direta, a infelicidade. Nos sentimos sós, mesmo estando acompanhados de várias pessoas.

Por enquanto, o ideal é nos olharmos com honestidade, nos conhecermos como verdadeiramente somos, recuperar nossas características originais e procurarmos conviver com pessoas que realmente nos amem e admirem pelo que somos, pelo que podemos dar. Façamos de nossas vidas algo mais verdadeiro, mesmo que isso nos custe a popularidade que no fundo só nos levam a mais solidão, tristezas e desequilíbrios.

Ou seja, sejamos nós mesmos, sejamos felizes…

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