A evolução dos 4 temperamentos

Da medicina grega à psicologia moderna: os personagens que marcaram o estudo dos quatro temperamentos.

Introdução

A evolução dos 4 temperamentos é um tema que desperta o interesse de muitos estudiosos desde a antiguidade. Uma das formas de compreender as diferenças individuais entre as pessoas é a teoria dos quatro temperamentos, que se baseia na ideia de que existem quatro tipos básicos de comportamento: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático.

Essa teoria tem sua origem na medicina grega, mas foi aprimorada e modificada por diversos personagens ao longo da história, que contribuíram com suas observações, experiências e reflexões sobre o tema.

Neste trabalho, vamos apresentar alguns desses personagens e suas contribuições para o avanço do estudo dos quatro temperamentos. Vamos ver como eles se relacionaram com as questões biológicas, psicológicas, filosóficas, educacionais, espirituais e sociais que envolvem a personalidade humana.

Vamos também perceber como o conhecimento dos temperamentos pode nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e aos outros, e a desenvolver nosso potencial humano ao longo dos milênios.

A teoria dos quatro temperamentos é uma forma de classificar as pessoas de acordo com suas características psicológicas e físicas, baseada na ideia de que existem quatro fluidos corporais que influenciam o comportamento humano: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra.

A origem dessa teoria remonta a Empédocles, um filósofo grego do século V a.C., que associou os quatro elementos naturais (terra, fogo, ar e água) aos quatro temperamentos (melancólico, colérico, sanguíneo e fleumático).

Hipócrates, considerado o pai da medicina, foi o primeiro a usar o termo “humor” para se referir aos fluidos corporais e a relacioná-los com as doenças e as personalidades das pessoas. Ele viveu no século IV a.C.

Platão, um filósofo grego discípulo de Sócrates, também abordou os quatro temperamentos em sua obra “A República”, onde ele descreveu as quatro virtudes da alma: sabedoria, coragem, temperança e justiça. Ele viveu entre os séculos V e IV a.C.

Aristóteles, outro filósofo grego discípulo de Platão, desenvolveu a teoria dos humores em sua obra “De Anima”, onde ele explicou que os humores eram produzidos pelo calor e pela umidade do corpo e que afetavam as emoções e as faculdades mentais das pessoas. Ele viveu entre os séculos IV e III a.C.

Galeno, um médico grego que viveu entre os séculos II e III d.C., foi o responsável por sistematizar e popularizar a teoria dos quatro temperamentos, dando-lhes os nomes que conhecemos hoje: sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico. Ele também acrescentou mais detalhes sobre as características físicas e psicológicas de cada temperamento, bem como as doenças associadas a eles.

Avicena, um médico e filósofo persa que viveu entre os séculos X e XI d.C., foi um dos principais representantes da medicina árabe, que incorporou a teoria dos humores de Galeno em seus tratados médicos. Ele também introduziu o conceito de “temperamento misto”, que seria uma combinação de dois ou mais temperamentos.

Tomás de Aquino, um teólogo e filósofo italiano que viveu entre os séculos XIII e XIV d.C., foi um dos principais expoentes da escolástica, uma corrente de pensamento que buscava conciliar a fé cristã com a razão aristotélica. Ele usou a teoria dos quatro temperamentos para explicar as diferenças individuais nas inclinações morais das pessoas.

Paracelso, um médico e alquimista suíço que viveu entre os séculos XV e XVI d.C., foi um dos precursores da medicina moderna, que se baseava na observação empírica e na experimentação. Ele criticou a teoria dos humores de Galeno e propôs uma nova classificação dos temperamentos baseada nos três princípios alquímicos: sal, enxofre e mercúrio.

Jesuítas, uma ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola no século XVI d.C., que se dedicava à educação, à missão e à defesa da fé católica. Eles usaram a teoria dos quatro temperamentos para orientar os exercícios espirituais e para adaptar o método pedagógico às características dos alunos.

Kant, um filósofo alemão que viveu entre os séculos XVIII e XIX d.C., foi um dos principais representantes do iluminismo e da filosofia crítica. Ele retomou a teoria dos quatro temperamentos de Hipócrates e Galeno em sua obra “Antropologia de um ponto de vista pragmático”, onde ele descreveu as características morais e intelectuais de cada temperamento, bem como as profissões mais adequadas para eles.

Lavater, um pastor e escritor suíço que viveu entre os séculos XVIII e XIX d.C., foi um dos pioneiros da fisiognomonia, uma pseudociência que pretendia deduzir o caráter das pessoas a partir de seus traços físicos. Ele usou a teoria dos quatro temperamentos para classificar os tipos fisionômicos das pessoas, atribuindo-lhes qualidades morais e espirituais.

Kretschmer, um psiquiatra alemão que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos fundadores da psicologia constitucional, uma corrente que buscava relacionar o tipo corporal com o tipo psicológico das pessoas. Ele propôs uma classificação dos temperamentos baseada em três tipos constitucionais: leptossômico (magro e alto), pícnico (gordo e baixo) e atlético (musculoso e forte).

Sheldon, um psicólogo americano que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos seguidores da psicologia constitucional de Kretschmer, mas ele modificou sua classificação dos temperamentos baseada em três componentes corporais: endomorfia (predomínio do tecido adiposo), mesomorfia (predomínio do tecido muscular) e ectomorfia (predomínio do tecido nervoso).

Jung, um psiquiatra e psicólogo suíço que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos fundadores da psicologia analítica, uma corrente que se baseava na ideia de que o inconsciente coletivo influenciava a personalidade das pessoas. Ele propôs uma tipologia psicológica baseada em quatro funções mentais: pensamento, sentimento, sensação e intuição; e dois tipos de atitude: extroversão e introversão.

Spranger, um filósofo e educador alemão que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos precursores da pedagogia humanista, uma corrente que defendia a educação como um meio de desenvolver o potencial humano. Ele propôs uma tipologia de personalidade baseada em seis tipos de valores: teórico, econômico, estético, social, político e religioso.

Allport, um psicólogo americano que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos fundadores da psicologia da personalidade, uma área que se dedica ao estudo das diferenças individuais entre as pessoas. Ele propôs uma teoria da personalidade baseada em três tipos de traços: cardinais (dominantes), centrais (básicos) e secundários (ocasionais).

Eysenck, um psicólogo britânico que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi um dos principais expoentes da psicologia do traço, uma corrente que buscava medir a personalidade das pessoas por meio de testes objetivos. Ele propôs uma teoria da personalidade baseada em três dimensões: neuroticismo (estabilidade emocional), extroversão (sociabilidade) e psicoticismo (agressividade).

Myers-Briggs, duas psicólogas americanas que viveram entre os séculos XX e XXI d.C., foram as criadoras do indicador de tipo Myers-Briggs (MBTI), um dos testes de personalidade mais usados no mundo. Elas se basearam na tipologia psicológica de Jung para elaborar um questionário que identifica as preferências das pessoas em quatro dimensões: orientação de energia (extroversão ou introversão), modo de percepção (sensação ou intuição), modo de julgamento (pensamento ou sentimento) e estilo de vida (julgamento ou percepção).

Keirsey, um psicólogo americano que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi o autor do temperamento sorter de Keirsey, um teste de personalidade que também se baseou na tipologia psicológica de Jung e no MBTI. Ele propôs uma classificação dos temperamentos baseada em quatro tipos: guardião (sensação e julgamento), artesão (sensação e percepção), idealista (intuição e sentimento) e racional (intuição e pensamento).

Bennet, um psicólogo americano que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi o autor do modelo dos quatro quadrantes cerebrais, uma teoria que busca explicar as diferenças individuais no processamento da informação por meio de quatro estilos cognitivos: analítico, prático, relacional e experimental. Ele também desenvolveu um teste de personalidade chamado Whole Brain Dominance Instrument (WBDI), que mede a preferência das pessoas por cada um dos quadrantes cerebrais.

Eubiose, uma doutrina filosófica fundada por Henrique José de Souza no século XX d.C., que se baseia na ideia de que existe uma harmonia universal entre todos os seres. Ela usa a teoria dos quatro temperamentos para explicar as diferenças individuais nas inclinações espirituais das pessoas, relacionando-as com os quatro elementos naturais e com os quatro reinos da natureza: mineral, vegetal, animal e humano.

Teosofia, uma corrente esotérica fundada por Helena Blavatsky no século XIX d.C., que se baseia na ideia de que existe uma sabedoria oculta que pode ser revelada por meio da intuição e da iniciação. Ela usa a teoria dos quatro temperamentos para explicar as diferenças individuais nas capacidades psíquicas das pessoas, relacionando-as com os quatro planos da existência: físico, astral, mental e espiritual.

Nova Acrópole, uma organização internacional fundada por Jorge Ángel Livraga Rizzi no século XX d.C., que se dedica à promoção da filosofia, da cultura e do voluntariado. Ela usa a teoria dos quatro temperamentos para explicar as diferenças individuais nas formas de aprender e de ensinar das pessoas, relacionando-as com os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Rosa Cruz AMORC, uma organização fraternal fundada por Harvey Spencer Lewis no século XX d.C., que se baseia na ideia de que existe uma tradição mística que remonta aos antigos egípcios. Ela usa a teoria dos quatro temperamentos para explicar as diferenças individuais nas formas de expressão das pessoas, relacionando-as com os quatro raios cósmicos: vermelho (vontade), azul (sabedoria), amarelo (amor) e verde (harmonia).

Nielsen, um psicólogo dinamarquês que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi o autor do modelo dos quatro estilos sociais, uma teoria que busca explicar as diferenças individuais na forma de se relacionar com os outros por meio de quatro estilos: analítico, amável, expressivo e controlador. Ele também desenvolveu um teste de personalidade chamado Personal Style Indicator (PSI), que mede a preferência das pessoas por cada um dos estilos sociais.

Marston, um psicólogo americano que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi o autor do modelo DISC, uma teoria que busca explicar as diferenças individuais no comportamento das pessoas por meio de quatro fatores: dominância, influência, estabilidade e conformidade. Ele também desenvolveu um teste de personalidade chamado DISC Assessment, que mede a preferência das pessoas por cada um dos fatores comportamentais.

Fromm, um psicólogo e filósofo alemão que viveu entre os séculos XX e XXI d.C., foi um dos fundadores da psicologia humanista, uma corrente que se baseia na ideia de que as pessoas têm uma tendência natural para o crescimento pessoal. Ele propôs uma teoria da personalidade baseada em cinco tipos de caráter: receptivo, explorador, acumulador, mercador e produtivo.

Pavlov, um fisiologista russo que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi o descobridor do reflexo condicionado, um fenômeno que explica como os estímulos ambientais podem provocar respostas involuntárias nos organismos. Ele propôs uma classificação dos temperamentos baseada em quatro tipos de sistema nervoso: forte equilibrado, forte desequilibrado, fraco inibido e fraco excitado.

Adler, um psiquiatra e psicólogo austríaco que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi um dos fundadores da psicologia individual, uma corrente que se baseia na ideia de que as pessoas buscam superar seus sentimentos de inferioridade por meio da cooperação social. Ele propôs uma teoria da personalidade baseada em quatro tipos de caráter: dominante, evitante, dependente e socialmente útil.

Le Senne, um filósofo francês que viveu entre os séculos XIX e XX d.C., foi o autor do modelo dos três traços caracteriais, uma teoria que busca explicar as diferenças individuais na personalidade das pessoas por meio de três traços: emotividade, atividade e ressonância. Ele também desenvolveu um teste de personalidade chamado Teste Caractereológico de Le Senne (TCL), que mede a intensidade de cada traço caracterial nas pessoas.

Cloninger, um psiquiatra americano que vive no século XXI d.C., é o autor do modelo dos sete fatores da personalidade, uma teoria que busca explicar as diferenças individuais na personalidade das pessoas por meio de sete fatores: busca de novidade, evitação de danos, dependência de recompensa, persistência, auto-direção, cooperação e transcendência. Ele também desenvolveu um teste de personalidade chamado Temperament and Character Inventory (TCI), que mede a preferência das pessoas por cada um dos fatores da personalidade.

Littauer, uma escritora americana que vive no século XXI d.C., é a autora do livro “Personalities Plus”, um livro que usa a teoria dos quatro temperamentos para ajudar as pessoas a entenderem melhor a si mesmas e aos outros. Ela também desenvolveu um teste de personalidade chamado Personalities Plus Test, que mede a preferência das pessoas por cada um dos temperamentos: popular sanguíneo, perfeito melancólico, poderoso colérico e pacífico fleumático.

A evolução dos 4 temperamentos e o conhecimento da natureza de cada um deles, nos ajudar a entender melhor a nós mesmos e aos outros de várias formas, por exemplo:

– Podemos reconhecer nossas forças e fraquezas, nossas motivações e necessidades, nossas preferências e aversões, e buscar desenvolver nosso equilíbrio e harmonia interior.

– Podemos compreender as diferenças de comportamento, de comunicação, de aprendizagem, de trabalho e de relacionamento entre as pessoas, e buscar respeitar e valorizar a diversidade e a singularidade de cada um.

– Podemos adaptar nosso estilo de interação com os outros, de acordo com o temperamento de cada um, e buscar estabelecer uma comunicação mais eficaz, empática e assertiva.

– Podemos identificar os pontos de conflito e de cooperação entre os temperamentos, e buscar solucionar os problemas e aproveitar as oportunidades que surgem nas relações interpessoais.

– Podemos formar equipes mais produtivas e criativas, aproveitando as potencialidades e complementaridades dos diferentes temperamentos.

Conclusão

Vimos como a teoria dos quatro temperamentos evoluiu ao longo da história, graças às contribuições de diversos personagens que se interessaram pelo tema da personalidade humana. Vimos como eles abordaram os temperamentos sob diferentes perspectivas e contextos, e como eles buscaram compreender e explicar as diferenças individuais entre as pessoas. Podemos concluir que a teoria dos quatro temperamentos é uma ferramenta útil e valiosa para o estudo da personalidade humana, mas que não deve ser vista como uma forma de rotular ou limitar as pessoas, mas sim como uma forma de reconhecer e valorizar a diversidade e a singularidade de cada ser humano.

A evolução dos 4 temperamentos e seu estudo nunca não vai deixar de existir enquanto o homem vivem em seu padrão quaternário, preso a roda de nascimentos e mortes, aprisionado na matéria.

Central dos 4 Temperamentos Humanos

Os 4 temperamentos são integrados por um conjunto de características que deram origem à formação da natureza humana em um padrão quaternário. O estudo é Milenar entre as Tradições da Antiguidade, mas entre os Gregos, após Empédocles, Hipócrates e Galeno, os 4 Temperamentos receberam uma correlação mais ampla da natureza: Sanguíneo (AR - úmido, primavera, alegria, amarelo, reino hominal), Colérico (FOGO - quente, verão, raiva, vermelho, reino animal), Fleumático (ÁGUA - frio, inverno, medo, verde, reino vegetal) e Melancólico (TERRA - seco, outono, tristeza, azul, reino mineral). Essas correlações demonstram uma compreensão do conceito dos 4 temperamentos e sua relação com a natureza e a psicologia humana, bem como, a Roda dos Temperamentos e a Cruz do Mundo.
Consulte sempre um terapeuta profissional

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